Movimentos políticos nacionais e internacionais e crescimento global no foco dos investidores

BRASIL: Lei Orçamentária para 2022 sancionada com um déficit de R$ 5,9 bilhões; Brasil aceitou convite da OCDE para abertura do processo de adesão à instituição; Aprovado congelamento de ICMS que incide sobre combustíveis; Taxa de desemprego brasileiro ficou em 11,6%.

EXTERIOR: Tensões geopolíticas envolvendo EUA e Rússia; Aumento do PIB americano; Decisões de taxa de juros americana e canadense; Redução da projeção de crescimento global para 3,8% em 2023, pelo FMI. PCE subiu 0,5% em dezembro.

Confira o que aconteceu na semana de 24 a 28 de janeiro de 2022.

Segunda-feira (24/01/22)

Na segunda-feira (24), os investidores brasileiros estiveram atentos à PEC que pretende diminuir impostos sobre combustíveis e energia elétrica, e à Lei Orçamentária para 2022 que foi sancionada com um déficit de R$ 5,9 bilhões, após o corte de R$ 3,1 bilhões. A inflação pelo IPC-S subiu 0,44% na terceira quadrissemana de janeiro e a balança comercial teve déficit de US$ 877,2 milhões na 3 ª semana de janeiro. As exportações somaram US$ 4,503 bi; importações atingiram US$ 5,380 bi na 3 ª semana. O Banco Central revelou pelo Boletim Focus o IPCA/22: de 5,09% para R$ 5,15 e queda do PIB/23: de 1,75% para 1,69%.
No exterior, o foco ainda esteve voltado para tensões geopolíticas envolvendo EUA e Rússia e para o aumento da taxa de juros nos EUA. O Fed de Chicago divulgou o índice de atividade nacional em dezembro que caiu a -0,15. IHS Markit: PMI composto preliminar de janeiro caiu a 50,8, de 57 em dezembro. E o PMI de serviços a 50,9, de 57,6; PMI industrial, a 55, de 57,7.

Terça-feira (25/01/22)

Na terça-feira (25), o Governo Federal Brasileiro confirmou o recebimento de convite da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para ingressar na instituição. O conselho de ministros da OCDE também aprovou o convite para que outras cinco nações iniciem a abertura de discussões para adesão à entidade. O presidente Jair Bolsonaro assinou a carta-resposta com o aceite à abertura do processo de adesão. De acordo com o Ministério das Relações Internacionais, o Brasil terá que aderir a mais 150 normas da entidade para ter a adesão final aprovada. Ainda segundo o ministério, o país já aderiu a 103.
Durante o dia, os investidores também repercutiram dados divulgados pela Receita Federal. A arrecadação federal em 2021 somou R$ 1,878 trilhão. Arrecadação em dezembro foi de R$ 193,902 bilhões. Os números da arrecadação ficaram pouco acima dos R$ 192 bi esperados.
Nos Estados Unidos, a Conference Board revelou que a confiança do consumidor caiu a 113,8 em janeiro, de 115,8 em dezembro; o consenso era de 111,7. Enquanto isso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu projeção de crescimento do Brasil para 0,3% em 2022, de 1,5%, com o menor PIB entre grupos de 26 países. Reduziu também estimativas para EUA, China e economia global com disseminação da Ômicron. De acordo com a instituição, espera-se que o crescimento global desacelere para 3,8% em 2023, ainda assim aumento de 0,2 ponto percentual em relação à previsão de outubro.

Quarta-feira (26/01/22)

De acordo com dados divulgados na quarta-feira (26), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de janeiro desacelerou a 0,58%, ante 0,78% em dezembro, acima da mediana de 0,45%. Segundo a instituição, em 12 meses, o índice acumulou alta de 10,20%, comparado com 10,42% em dezembro. No mesmo dia, o Banco Central revelou que o déficit em conta corrente somou US$ 5,9 bilhões em dezembro; déficit no ano, até dezembro, somou US$ 28,1 bilhões. O BC publicou também os dados referentes aos Investimentos Diretos no País (IDP) que alcançaram US$ 46,441 bilhões em 2021, em recuperação após o fluxo de US$ 37,786 bilhões em 2020. O resultado de 2021 é ainda o segundo menor desde 2009 (US$ 31,481 bilhões), sob os efeitos da crise financeira global. O IDP totalizou -US$ 3,935 bilhões em dezembro e em janeiro, até 21/1, US$ 2,312 bilhões; estimativa para janeiro é de US$ US$ 3,2 bilhões.
No exterior, o Canadá manteve a taxa de juros em 0,25% ao ano e retirou forward guidance. De acordo com a decisão publicada, os dirigentes consideraram que, embora a covid-19 continue a afetar a atividade econômica, a folga global da economia foi absorvida, satisfazendo assim a condição descrita nas orientações futuras do banco sobre a política monetária. Nos Estados Unidos, o Departamento do Comércio divulgou o número de vendas de moradias novas, +11,9% em dezembro.
Durante todo o dia, o foco dos investidores ficou voltado para a reunião do Comitê de Mercado Aberto do Fed (Fomc, na sigla em inglês) que manteve a taxa básica de juros dos Estados Unidos próxima de zero e 0,25%. O presidente do Fed sinalizou que, devido à persistência da inflação elevada, ele será obrigado a apertar a política monetária nos EUA, dando o primeiro passo em março.

Quinta-feira (27/01/22)

Depois que a FGV revelou na quinta-feira (27), que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) do FGV IBRE caiu pelo sexto mês consecutivo, o Comitê Nacional de Política Fazendária (Confaz) aprovou, em reunião extraordinária a prorrogação até 31 de março do congelamento de ICMS que incide sobre combustíveis. O assunto tem tomado conta dos noticiários e chama a atenção dos investidores. De acordo com nota do Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados (Comsefaz), a decisão foi tomada por unanimidade, com voto favorável dos 27 secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal.
Nos Estados Unidos, o Departamento do Comércio revelou que o PIB de 2021 teve expansão real de 5,7%, após a economia sofrer contração em 2020 de 3,4%. O PIB preliminar do 4TRI subiu a 6,9%, ante projeção de +5,5% na comparação trimestral; no 3TRI, +2,3%. PCE subiu à taxa anualizada de 6,5% no 4TRI, com núcleo a +4,9%. Já os pedidos de auxílio-desemprego da semana até 22/01 caíram a 260 mil, perto do consenso de 265 mil. Na semana anterior, foram 286 mil.

Sexta-feira (28/01/22)

De acordo com dados revelados na sexta-feira (28), pela da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) da FGV IBRE caiu 0,4 ponto em janeiro, e passou de 85,3 para 84,9 pontos, atingindo o menor nível desde o mês de abril de 2021 (84,1 pontos). Ainda de acordo com a FGV, em janeiro, houve queda em três dos seis principais segmentos do setor. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) caiu 3,5 pontos, chegando a 80,5 pontos, menor valor desde março de 2021 (75,9 pontos). Já o Índice de Expectativas (IE-COM) avançou 2,7 pontos, ao passar de 87,3 pontos para 90,0 pontos. O Índice Geral de Preços – Mercado do mês de janeiro acelerou para 1,82% em janeiro (menos do que a expectativa, que era 2%). Segundo a instituição, o IPA acumulou alta de 2,30% (após 0,95% em dezembro) e o IPC variou +0,42%, ante 0,84% em dezembro. O INCC, variou +0,64%, ante 0,30% em dezembro.
Enquanto isso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou os dados relacionados ao emprego no Brasil. A taxa de desemprego ficou em 11,6%. A renda média real caiu 11,4%, no trimestre até novembro, na comparação anual, em R$ 2,444. A população desocupada atualmente é de 12,405 milhões no trimestre até novembro. As vagas com carteira assinada aumentaram 2,645 em um ano, no total de 34,224 milhões no trimestre até novembro. A população ocupada cresceu em 8,357 em um ano e 3,205 no trimestre, no total de 94,930 milhões.
No exterior, o foco dos investidores ficou voltado para o Núcleo do Índice das Despesas de Consumo Pessoal (PCE) de dezembro. O dado de inflação é um dos mais avaliados pelo Fed, que já deixou claro que o controle dos preços é prioridade. O Núcleo do PCE subiu 0,5% em dezembro, na margem, dentro do estimado. Índice subiu 0,4% na mesma comparação; renda pessoal +0,3% (consenso de 0,4%). Os gastos com consumo americano caíram 0,6%, ante previsão de -0,7%. E o Sentimento do consumidor (Michigan) caiu a 67,2 no final de janeiro, ante previsão de 68,5.